Relação Brasil Estados Unidos começa a sair do papel

Investimentos nas áreas de infraestrutura, energia renovável e alta tecnologia são destaque nas negociações


A visita que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez ao Brasil neste fim de semana marcou a oportunidade de um novo começo nas relações bilaterais. Juntamente com a presidente Dilma Rousseff, Obama destacou a busca por benefícios mútuos criados por uma maior cooperação econômica, financeira e comercial. Destacaram ainda a importância de avançar, aprofundando e ampliando essa relação, com base no grande potencial dos investimentos recíprocos, particularmente nas áreas de infra-estrutura, energia renovável e alta tecnologia.

Durante a visita do presidente americano, ministros dos Estados Unidos e do Brasil assinaram 10 acordos bilaterais. Um deles prevê a criação da Comissão Brasil-Estados Unidos para Relações Econômicas e Comerciais, que será responsável por deliberar a respeito de questões comerciais entre os dois países. Entre os atos, estão também parcerias nas áreas de aviação, comércio, educação e tecnologia. Um dos documentos assinados pelos representantes dos dois países prevê ainda a cooperação dos Estados Unidos para apoiar o governo brasileiro na organização de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que segundo o Itamaraty, por ter grande experiência na área de segurança, poderá ajudar o Brasil com treinamentos específicos.

No entanto, a visita da família presidencial não se resumiu a discursos e acordos comerciais. Em sua visita Obama pode ter contato com um pouco da realidade brasileira. No Rio, o presidente dos EUA visitou uma favela, discursou no Teatro Municipal e foi ao Cristo Redentor, um pedido específico da família, que quis conhecer o maior cartão postal da cidade. Por sua vez, a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, enquanto seu marido tratava de economia, se reunia com adolescentes de escolas públicas que participaram de programas como o Jovens Embaixadores, um intercâmbio de três semanas promovido pela embaixada norte-americana no Brasil, ou foram apontados pelo governo brasileiro por terem se destacado em áreas como ciências e matemática.


Por ANDRÉ LUIZ NUNES