Yuri Viper, de 22 anos, não é um estudante de cinema comum, suas habilidades, sensibilidade, determinação, foco e dedicação além de uma profunda paixão por cinema (sem falar em uma grande equipe),dão à ele destaque na faculdade e em seus trabalhos. Viper começou a dirigir filmes em 2006 e agora seu sétimo filme “Solivagus”, foi selecionado para o festival de Cannes na França.
Entrevistei Yuri antes de sua ida à Cannes, que começou em 11 de maio, para conhecer um pouco melhor os pensamentos do diretor brasileiro.
- Como se sente com 22 anos indo à França?
“- Eu acho que sou muito novo para algo assim, mas estou feliz que tenha acontecido agora, sempre foi um sonho meu, então eu vou abraçar isso da maior forma possível, mesmo com a minha idade. E as pessoas sempre falam que a minha mentalidade e o meu jeito de trabalhar não é de uma pessoa de 22 anos. Mas eu estou trabalhando num projeto agora e quando eu terminar, então para refletir sobre a grandeza desse acontecimento, acho que eu ainda não entendi que estou indo pra Cannes. Estou muito feliz por isso.”
- Não foi muita pretensão se escrever pra Cannes?
“- Não foi muita pretensão porque eu sempre quis isso e eu amo muito o cinema francês, todos os melhores filmes são franceses. Eu fiz o filme voltado para o publico europeu, mas espero agradar todos que puder agradar.”
- Você acha que foi talento ou sorte ser selecionado?
“- Foi uma combinação dos dois, algumas coisas foram sorte, mas no geral eu acho que o talento de todo mundo tenha feito o filme ser selecionado, não a sorte. Também acho que o destino ajudou bastante.”
- Agora é a hora de ser patriota, já que você vai ser “o brasileiro de Cannes”, já pensou na responsabilidade disso?
"- Pois é, como disse o tio do Peter Parker: “grandes poderes geram grandes responsabilidades”. Eu entendo isso e espero fazer o melhor para não decepcionar o cinema brasileiro.”
Uma vez conversado sobre o filme perguntei o que o havia inspirado, e Viper respondeu:
“Foi um sonho que eu tive que começou tudo isso. Também eu conheci uma pessoa, que inspirou a personagem e o filme fala basicamente o que eu acho que teria acontecido com ela.”
É lindo ver o que o sonho de uma pessoa pode fazer, é mais que merecido que o filme esteja em Cannes, também entrevistei toda a equipe Solivagus, infelizmente, por problemas técnicos, a entrevista nunca foi publicada, mas uma coisa posso dizer sobre essa equipe, todos trabalharam muito e com muita dedicação e com uma mãozinha da sorte ou do destino fizeram um filme realmente artístico e sensível. Acredito que Solivagus (andar sozinho em latim), seja a ponta do iceberg e que vejamos criações maiores vindas de Yuri Viper. E por último deixo a critica que eu fiz no dia da estréia do filme.
O filme em preto e branco começa com uma dramática imagem de uma senhora sentada em uma poltrona, diante de uma TV quebrada.
A mulher parece ser uma avó atormentada em um mundo de sombras, sonhando acordada, relembra um mundo maravilhoso e cheio de cores, (destaque para os efeitos de cor e qualidade de imagem e fotografia nesse momento), mas as cores de seu mundo escorrem como se a solidão tivesse jogado apagador de tinta na bela tela da vida daquela senhora que silenciosamente retorna ao seu mundo de sombras e solidão.
0 comentários:
Postar um comentário