terça-feira, 7 de junho de 2011

Gaetano Lops afirma que muita coisa mudou, mas o caminha é longo


Um jovem gaúcho aventureiro que deixou Porto Alegre para conquistar o mundo, até que conheceu o Rio de Janeiro, cidade que ele afirma que nunca vai abandonar.
Ao 19 anos, Gaetano Lops começou a trabalhar como promotor de eventos em festas noturnas. Os obstáculos foram chegando e sendo ultrapassados e, aquele “guri” que nasceu na capital gaúcha, foi crescendo e caminhando ao sonho de uma carreira profissional.
Os ventos mudaram os rumos do promotor e eventos, e ele foi convidado a enfrentar novos desafios, naquela época trabalhando em eventos musicais. Dedicado em tudo o que faz, Gaetano Lops, começou carregando caixas até chegar a ser empresário.
Atualmente, o gaúcho de sangue e, carioca por escolha, trabalha como freelancer na área de eventos e possui diversas instituições esportivas como clientes. O equilíbrio físico é encontrado na pratica do judô, esporte que ele mais se identifica, e nas ações sociais que pratica.
O executivo de negócios na área de evento acredita que responsabilidade social esportiva vem crescendo e transformando o mercado de trabalho. Todos os detalhes você confere com exclusividade aqui no Fast Rio.

Anderson Gaieski : Como você avalia no Brasil a questão da responsabilidade social na área do esporte? Você acha que falta investimento do Governo? A sociedade está suficientemente madura para assimilar esta nova forma de pensar e agir?

Gaetano Lops: Falta tudo mas não significa que não tenha. Precisamos reconhecer a evolução e reconhecer que tem áreas e setores que ainda precisam começar do zero. Tem outros que avançaram sensivelmente. Eu sou judoca há 25 anos. Há 10 anos o judô não tinha patrocínio algum. Hoje, o judô é um dos esportes mais bem patrocinados no país. Teve uma estratégia de marketing bem organizada? Sim! Teve gente boa trabalhando lá? Claro! O governo resolveu investir? Sim, mas aconteceu aos poucos.

Anderson Gaieski : Como você avalia o público alvo atingido pelas empresas que investem neste mercado.

Gaetano Lops: Quando a gente fala de responsabilidade social na área do esporte – tem um texto poético, puro que é o que nos move que diz: “A gente precisa se ajudar”. Normalmente quem já teve sucesso, ao “chegar lá” pensa: - Poxa, já cheguei até aqui então vou começar a ajudar a quem ainda não teve esta oportunidade. Este é o texto original e é verdadeiro. Mas, do ponto de vista de uma empresa, a marca precisa ampliar seu mercado consumidor.

Anderson Gaieski : Você acredita que responsabilidade social no esporte é um recurso que as empresas utilizam para gerar mais investimento para o próprio negócio?

Gaetano Lops: Olha! Não sejamos puristas. Uma marca quer vender o seu produto e/ou imagem. Deixemos de ser hipócritas e pararmos de pensar que este não é um valor importante; mas é a força do consumidor que determina o mercado. Por isto as marcas se interessam cada vez em investir em responsabilidade social no esporte.

Anderson Gaieski : A responsabilidade social no esporte é apenas mais uma peça de um quebra-cabeça no que diz respeito às transformações sociais ou ela é um fator principal?

Gaetano Lops: Cada vez mais fator principal.
Precisa ter responsabilidade social para resgatar a noção de cidadania da população de um modo geral. As pessoas precisam ter oportunidades porque vivemos em um país capitalista e um mundo consumista aonde todos devem ter as mesmas oportunidades de participar do processo que gere a sociedade.
Quando o consumidor hoje para e pensa que aquele produto faz mal a outras pessoas ele opta por não comprar e faz com que as empresas tenham que se justificar e adaptar seus meios de produção sob o risco de perda de mercado. Há 10 anos atrás o consumidor não estava preocupado se esta ou aquela empresa estava contratando mão de obra escrava na China. Ele queria era colocar o seus tênis nos pés e pronto! Hoje em dia isto mudou.

Anderson Gaieski : Existe preconceito quanto ao investimento em responsabilidade social no Brasil?

Gaetano Lops: Milhões de preconceitos.
O principal desafio é deixar de ser superficial. Na última década estava na moda dizer que todas as empresas tinham responsabilidade social. Mas as máscaras caíram e as ONGs tiveram um papel fundamental neste processo de desmascarar as empresas. A ONG exerceu um papel que o estado não conseguiu e virou um órgão fiscalizador que propagandeava as mentiras e fazia com que as empresas tivessem que mudar de atitude. Comunicação mal feita não tem vez. Houve uma mudança de paradigmas.

Anderson Gaieski :
Quanto tempo você acha que demora esta mudança?

Gaetano Lops: Acho que talvez nós não estejamos vivos para ver a mudança completa. Se eu conseguir que as minhas filhas com a minha idade possam viver em um mundo melhor por atitudes e pensamentos que estamos adotando agora , estou feliz.

Anderson Gaieski : Mas já está acontecendo alguma transformação social?

Gaetano Lops: A grande vantagem de conseguirmos trazer pro país uma Copa do Mundo e uma Olimpíada é que as transformações serão aceleradas. Falando especificamente da cidade do Rio de Janeiro, ele começará a viver este momento incrível depois que os eventos terminarem, não durante a realização destes.

Anderson Gaieski : Tem a questão das Paraolimpíadas que contribui para o desenvolvimento urbano de quem precisa, não?

Gaetano Lops: Sim! Imagine depois que os jogos terminarem a quantidade de reformas nos transportes e serviços públicos e os benefícios gerados para a população da cidade. É nisto que precisamos pensar.
Acessibilidade e melhores condições de deslocamentos são as duas mais fáceis de enxergar. Mas tem uma muito mais importante que é o reconhecimento desta classe na sociedade reduzindo o preconceito que existe hoje em dia. Começa aqui uma mudança. Pode parecer mesmo dúbio mas precisamos “socializar a sociedade” mas é a verdade.

Anderson Gaieski : Quando você foi provocado a pensar diferente? Você foi mal interpretado e escutou das pessoas que estava utilizando a responsabilidade social como meio de promoção?

Gaetano Lops:
Este é o grande risco que corremos! O importante é não ser superficial. O melhor recado é aquele que é bem aceito e não o recado passado em si.
Eu costumo me intrometer somente aonde eu acredito ser bacana. O que me incomodou mais é que eu precisava vencer
O único motivo de eu estar aqui hoje falando para vocês é porque se a minha estória serve para ajudar às pessoas, é porque ela é um exemplo de sucesso de alguém que conseguiu vencer apesar dos obstáculos que a vida me impôs! Tem que perder o medo de enfrentar em lutar, mas NUNCA sendo superficial. Não é possível vender uma idéia sem base porque senão você é chacoalhado pela massa. Se o seu discurso for verdadeiro, deixa que tentem bater porque não irá afetá-lo.

11 comentários:

Marcelo disse...

Eu o conheci há dois anos rapidamente mas não tive a oportunidade que tenho agora de conhecer esta pessoa tão bacana mais profundamente! Abs!!!

Xandynm disse...

São poucos com essa idade e com a visão que ele tem, ótima entrevista, ótimas respostas. Vai demorar mesmo pra tomar um rumo, mas estamos no caminho certo!

Lucas Adolfo disse...

Achei uma ótima entrevista, que analisa de maneira muito apropriada a responsabilidade social, fator tão essencial não só no âmbito público, mas também no privado - embora muitas organizações não percebam isso. Porém o que gostaria de destacar neste meu comentário é que, assim como o repórter e o entrevistado desta matéria, espero eu um dia me tornar um jovem gaúcho a ter êxito em novos lugares, quem sabe mesmo o Rio de Janeiro...

Rafinha disse...

O legal de tudo é perceber que não foram às empresas que por si só perceberam a importância da imagem que estavam passando para seus públicos e sim estes passaram a exigir das empresas uma responsabilidade social. Hoje os consumidores não estão mais tão preocupados se o papel é o melhor ou o mais branco e sim se aquela empresa que o produziu se preocupou em replantar o número de árvores que destruiu para fabricá-los.
Neste cenário percebo que o maior mérito é nosso, consumidores, que passamos a nos importar com isto e espero que a população seja cada vez mais crítica e exigente quando se tratar de Imagem de uma organização.

Danielle disse...

Ele eh realmente um cara de fibra e muito determinado. Conto apenas que a maior bronca da minha vida ganhei dele, um fora sem precedentes durante uma producao do show de sua ex-esposa Elba...

Marcelo disse...

Ou seja, o rapaz é do tipo "sem educação"??? Uuuuuuuuuu!!!

Marcelo disse...

Conta do Esporro, vai!!!

Beto disse...

APOSTO que Dani fez besteira!!!

Marcelo Velloso disse...

É isso aí! Temos que discutir o legado da copa e das olimpíadas para nossas cidades! Falou e disse!!

Marcelo Velloso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
QUEM SOU EU? disse...

Ah, minha filha, fala sério!! Assume logo que você deu foi em cima dele e ele não gostou... Menina atrevida!

 
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