Um jovem gaúcho aventureiro que deixou Porto Alegre para conquistar o mundo, até que conheceu o Rio de Janeiro, cidade que ele afirma que nunca vai abandonar.
Ao 19 anos, Gaetano Lops começou a trabalhar como promotor de eventos em festas noturnas. Os obstáculos foram chegando e sendo ultrapassados e, aquele “guri” que nasceu na capital gaúcha, foi crescendo e caminhando ao sonho de uma carreira profissional.
Os ventos mudaram os rumos do promotor e eventos, e ele foi convidado a enfrentar novos desafios, naquela época trabalhando em eventos musicais. Dedicado em tudo o que faz, Gaetano Lops, começou carregando caixas até chegar a ser empresário.
Atualmente, o gaúcho de sangue e, carioca por escolha, trabalha como freelancer na área de eventos e possui diversas instituições esportivas como clientes. O equilíbrio físico é encontrado na pratica do judô, esporte que ele mais se identifica, e nas ações sociais que pratica.
O executivo de negócios na área de evento acredita que responsabilidade social esportiva vem crescendo e transformando o mercado de trabalho. Todos os detalhes você confere com exclusividade aqui no Fast Rio.
Anderson Gaieski : Como você avalia no Brasil a questão da responsabilidade social na área do esporte? Você acha que falta investimento do Governo? A sociedade está suficientemente madura para assimilar esta nova forma de pensar e agir?
Gaetano Lops: Falta tudo mas não significa que não tenha. Precisamos reconhecer a evolução e reconhecer que tem áreas e setores que ainda precisam começar do zero. Tem outros que avançaram sensivelmente. Eu sou judoca há 25 anos. Há 10 anos o judô não tinha patrocínio algum. Hoje, o judô é um dos esportes mais bem patrocinados no país. Teve uma estratégia de marketing bem organizada? Sim! Teve gente boa trabalhando lá? Claro! O governo resolveu investir? Sim, mas aconteceu aos poucos.
Anderson Gaieski : Como você avalia o público alvo atingido pelas empresas que investem neste mercado.
Gaetano Lops: Quando a gente fala de responsabilidade social na área do esporte – tem um texto poético, puro que é o que nos move que diz: “A gente precisa se ajudar”. Normalmente quem já teve sucesso, ao “chegar lá” pensa: - Poxa, já cheguei até aqui então vou começar a ajudar a quem ainda não teve esta oportunidade. Este é o texto original e é verdadeiro. Mas, do ponto de vista de uma empresa, a marca precisa ampliar seu mercado consumidor.
Anderson Gaieski : Você acredita que responsabilidade social no esporte é um recurso que as empresas utilizam para gerar mais investimento para o próprio negócio?
Gaetano Lops: Olha! Não sejamos puristas. Uma marca quer vender o seu produto e/ou imagem. Deixemos de ser hipócritas e pararmos de pensar que este não é um valor importante; mas é a força do consumidor que determina o mercado. Por isto as marcas se interessam cada vez em investir em responsabilidade social no esporte.
Anderson Gaieski : A responsabilidade social no esporte é apenas mais uma peça de um quebra-cabeça no que diz respeito às transformações sociais ou ela é um fator principal?
Gaetano Lops: Cada vez mais fator principal.
Precisa ter responsabilidade social para resgatar a noção de cidadania da população de um modo geral. As pessoas precisam ter oportunidades porque vivemos em um país capitalista e um mundo consumista aonde todos devem ter as mesmas oportunidades de participar do processo que gere a sociedade.
Quando o consumidor hoje para e pensa que aquele produto faz mal a outras pessoas ele opta por não comprar e faz com que as empresas tenham que se justificar e adaptar seus meios de produção sob o risco de perda de mercado. Há 10 anos atrás o consumidor não estava preocupado se esta ou aquela empresa estava contratando mão de obra escrava na China. Ele queria era colocar o seus tênis nos pés e pronto! Hoje em dia isto mudou.
Anderson Gaieski : Existe preconceito quanto ao investimento em responsabilidade social no Brasil?
Gaetano Lops: Milhões de preconceitos.
O principal desafio é deixar de ser superficial. Na última década estava na moda dizer que todas as empresas tinham responsabilidade social. Mas as máscaras caíram e as ONGs tiveram um papel fundamental neste processo de desmascarar as empresas. A ONG exerceu um papel que o estado não conseguiu e virou um órgão fiscalizador que propagandeava as mentiras e fazia com que as empresas tivessem que mudar de atitude. Comunicação mal feita não tem vez. Houve uma mudança de paradigmas.
Anderson Gaieski : Quanto tempo você acha que demora esta mudança?
Gaetano Lops: Acho que talvez nós não estejamos vivos para ver a mudança completa. Se eu conseguir que as minhas filhas com a minha idade possam viver em um mundo melhor por atitudes e pensamentos que estamos adotando agora , estou feliz.
Anderson Gaieski : Mas já está acontecendo alguma transformação social?
Gaetano Lops: A grande vantagem de conseguirmos trazer pro país uma Copa do Mundo e uma Olimpíada é que as transformações serão aceleradas. Falando especificamente da cidade do Rio de Janeiro, ele começará a viver este momento incrível depois que os eventos terminarem, não durante a realização destes.
Anderson Gaieski : Tem a questão das Paraolimpíadas que contribui para o desenvolvimento urbano de quem precisa, não?
Gaetano Lops: Sim! Imagine depois que os jogos terminarem a quantidade de reformas nos transportes e serviços públicos e os benefícios gerados para a população da cidade. É nisto que precisamos pensar.
Acessibilidade e melhores condições de deslocamentos são as duas mais fáceis de enxergar. Mas tem uma muito mais importante que é o reconhecimento desta classe na sociedade reduzindo o preconceito que existe hoje em dia. Começa aqui uma mudança. Pode parecer mesmo dúbio mas precisamos “socializar a sociedade” mas é a verdade.
Anderson Gaieski : Quando você foi provocado a pensar diferente? Você foi mal interpretado e escutou das pessoas que estava utilizando a responsabilidade social como meio de promoção?
Gaetano Lops: Este é o grande risco que corremos! O importante é não ser superficial. O melhor recado é aquele que é bem aceito e não o recado passado em si.
Eu costumo me intrometer somente aonde eu acredito ser bacana. O que me incomodou mais é que eu precisava vencer
O único motivo de eu estar aqui hoje falando para vocês é porque se a minha estória serve para ajudar às pessoas, é porque ela é um exemplo de sucesso de alguém que conseguiu vencer apesar dos obstáculos que a vida me impôs! Tem que perder o medo de enfrentar em lutar, mas NUNCA sendo superficial. Não é possível vender uma idéia sem base porque senão você é chacoalhado pela massa. Se o seu discurso for verdadeiro, deixa que tentem bater porque não irá afetá-lo.
11 comentários:
Eu o conheci há dois anos rapidamente mas não tive a oportunidade que tenho agora de conhecer esta pessoa tão bacana mais profundamente! Abs!!!
São poucos com essa idade e com a visão que ele tem, ótima entrevista, ótimas respostas. Vai demorar mesmo pra tomar um rumo, mas estamos no caminho certo!
Achei uma ótima entrevista, que analisa de maneira muito apropriada a responsabilidade social, fator tão essencial não só no âmbito público, mas também no privado - embora muitas organizações não percebam isso. Porém o que gostaria de destacar neste meu comentário é que, assim como o repórter e o entrevistado desta matéria, espero eu um dia me tornar um jovem gaúcho a ter êxito em novos lugares, quem sabe mesmo o Rio de Janeiro...
O legal de tudo é perceber que não foram às empresas que por si só perceberam a importância da imagem que estavam passando para seus públicos e sim estes passaram a exigir das empresas uma responsabilidade social. Hoje os consumidores não estão mais tão preocupados se o papel é o melhor ou o mais branco e sim se aquela empresa que o produziu se preocupou em replantar o número de árvores que destruiu para fabricá-los.
Neste cenário percebo que o maior mérito é nosso, consumidores, que passamos a nos importar com isto e espero que a população seja cada vez mais crítica e exigente quando se tratar de Imagem de uma organização.
Ele eh realmente um cara de fibra e muito determinado. Conto apenas que a maior bronca da minha vida ganhei dele, um fora sem precedentes durante uma producao do show de sua ex-esposa Elba...
Ou seja, o rapaz é do tipo "sem educação"??? Uuuuuuuuuu!!!
Conta do Esporro, vai!!!
APOSTO que Dani fez besteira!!!
É isso aí! Temos que discutir o legado da copa e das olimpíadas para nossas cidades! Falou e disse!!
Ah, minha filha, fala sério!! Assume logo que você deu foi em cima dele e ele não gostou... Menina atrevida!
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