Foto: Uol
Por Jéssica Pires. No último dia 30 de maio Laudemar Aguiar, secretário-geral do
Comitê Nacional de organização da Rio+20 confirmou a presença
de 102 chefes de estado na conferência. No dia 5 de junho, o Rio Centro, local
do evento será entregue a organização. Faltando pouco menos de 15 dias para o
início da conferência o Rio de Janeiro se prepara não apenas para a semana de
eventos do Rio +20 como pretende deixar um legado de ações e consciência sobre
desenvolvimento sustentável para os cariocas.
O lixão
de Gramacho é o mais conhecido do estado e já está em atividade há 34 anos,
porém o Rio tem mais de 30 municípios com lixões sem tratamento adequado de
resíduos sólidos. O noroeste do estado é a região que tem a situação mais
crítica. A meta da Secretaria Estadual do Ambiente é de erradicar todos os
lixões do estado até 2014.
Porém
estudos na Alemanha detectaram que uma área de lixão só pode ser utilizada sem
riscos cem anos após o último lixo ser retirado do local. Segundo o professor
de Engenharia Geotécnica da Coppe, Cláudio Mahler, apesar de Gramacho ter
algumas ações para remediar a área como a extração do gás metano e controle do
chorume, a recuperação de fato será muito difícil assim como para os demais
lixões do estado.
Os lixões
a céu aberto também envolvem uma questão econômica que compromete dos catadores
as prefeituras locais. Cerca de 1700 catadores de lixo trabalham na área de 1,3
milhão de metros quadrados do Lixão de Gramacho e tiram do local sua renda. As
prefeituras pagam muito mais para descantar o lixo corretamente do que para
jogar em lixões. Para intervir nessa questão a Secretaria Estadual de Saúde
está subsidiando o lixo das cidades por tonelada. Por enquanto dois municípios
já foram atendidos e já há 30 em uma fila de espera, disse o secretário Minc ao
Jornal O Globo em matéria publicada na editoria Rio no dia 28 de maio.
A
mobilização individual dos cidadãos e dos municípios também é importante para
que hajam mudanças de atitude quanto ao lixo e outras questões ambientais no
estado do Rio de Janeiro. A iniciativa Favela Orgânica é um exemplo acessível
de atitudes vindas da própria sociedade. Um projeto de moradores do Morro da
Babilônia, da Zona Sul do Rio, oferece oficinas ensinando
a usar partes de alimentos muitas vezes consideradas restos - cascas de melancia
ou maracujá, talos de brócolis e sementes, por exemplo - para produzir pratos
diferentes e nutritivos. O projeto foi fundado pela empregada doméstica Regina
Tchelly com um investimento inicial de R$160 e hoje já tem uma equipe de 16
pessoas. O Favela Orgânica fará parte da lista de cursos parte da Conferência
de Desenvolvimento Sustentável Rio+20.
1 comentários:
Parabéns pela matéria. Trata-se de um belo exemplo de como a cidade pode melhorar.
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